A caneta desenha letras no papel, criando um estranho quadro, uma estranha imagem de linhas separadas a espaços... por espaços. O papel, outrora de uma candura tipificada, normalizada e monótona vai-se deixando manchar sem retorno. Também a vida não tem volta.
As palavras foram ditas sem retorno. Palavras de fuga, palavras de enganar, palavras de indecisão. Qualquer palavra era boa para evitar a perda. Qualquer ardil era bom para atingir aquele fim.
As pessoas revelam-se em três tempos, basta enfrentarem uma crise, uma situação extrema e lá estão elas a espreitar, os seus princípios, a sua estrutura, os seus valores.
Fingiu um desequilíbrio instantâneo e avançou vacilante pelo corredor. O tecto baixo misturado com as lâmpadas flurescentes projectam sombras em todas as direcções. Ruídos estranhos e ligeiros, numa quietude de vigília. Uma calma tensa.
As paredes brancas cheias de placards informativos, "Saída", "Recepção". Pessoas paradas pelos cantos.
A decisão surgiu, sempre demorada. Sempre a mesma espera... as regras... os procedimentos... as vontades... a dor.
O homem sempre quis brincar aos deuses, deformar sonhos, encontrar a insustentável leveza do ser. Soa sempre a piada de mau gosto.
Bob Dylan - Jokerman
Ouvi hoje e adorei a voz, a sonoridade!
Percorri as memórias sem encontrar de onde me vem esta aderência às "coisas de África". Nem família, nem nada na infância. O meu pai fez a tropa no hospital militar, não é daí. Tive um tio na guerra de África mas, nunca falou muito no assunto, suponho que não havia muito que falar.
Porque se me aguçam os sentidos sempre que alguém fala nessas paragens? Talvez seja o apelo do mar, dos descobrimentos. Talvez exista um Bartolomeu Dias em cada um de nós...
Bebo as histórias vividas, contadas na 1ª pessoa. Imagino os sítios, as gentes, mas por mais que imagine, seguramente que a realidade ultrapassa tudo isso.
Lá irei... lá irei. E lá entenderei o chamamento.
Pela segunda vez em 20 anos um arquiteto português recebe o prémio Pritzker.
Numa época em que até o senhor Armindo, sapateiro de profissão, fala nos "ratings da Standard & Poors", estas são as notícias que nos têm de fazer refletir.
Quando alguém faz o que gosta, com paixão, dedicação e alguma capacidade de comunicação, o resultado é bom. E é de bons exemplos que o nosso país precisa. É de pessoas com visão.
Parabéns ao Eduardo Souto Moura e a todo o seu atelier. Parabéns a todos os que não fazem concessões e presseguem aquilo em que acreditam. Os resultados surgem. Parabéns a quem não liga aos cães que ladram e valoriza mais o facto da caravana passar. Parabéns a quem não confunde o todo com a parte.
Numa época de PECs 4, de Passos de Coelhos com lógicas de capitalismo selvagem, não nos esqueçamos de quem tem obra feita, e nenhum dos políticos que aí anda tem nada que valha a pena mostrar. Os estádios do senhor Engº Téc. Sócrates não contam, estão aí todos deficitários para quem os quiser ver. Visitem o do Algarve.
Hoje cheguei ao trabalho e dei de caras com um furgão a anunciar fruta fresca. O conceito é basicamente a entrega de cestos de fruta a pedido, onde o cliente indica. Vem este post a propósito de que, a imaginação é fértil.
Este é um serviço que existia há uns 40/50 anos atrás, mal pago, sem nenhum prestígio associado, prestado sem qualquer preocupação de higiene ou embalagem e que se vê hoje re-inventado.
Fomos e somos um povo empreendedor, já passámos por crises no passado e seguramente não vai ser esta a deitar-nos abaixo. Re-inventemos pois as antigas profissões. Aproveitemos a floresta, o mar, o campo. Resineiros, pescadores, limpa chaminés, vendedores de castanha assada, pastores, moleiros. Nada nos impede de darmos uma nova roupagem a estes serviços, a estes produtos e reinventá-los. São pequenos negócios numa escala compatível com a bolsa das pessoas em "fundo de desemprego", que podem recuperá-las economicamente, psicologicamente até.
A crise não é só dos políticos, a crise também é nossa.
Abriu o site como tantas vezes antes o fizera, a visão de um post de alguém que reconhece... e partiu-se.
Nem gostava da cantora, mas a música estilhaçou-o por dentro. Partiu-o em mil pedaços brilhantes e miudinhos, quase pó.
Lá estão eles, os lugares que conheci pela sua mão, em que fomos felizes, em que bebemos a felicidade um do outro. Em que nos misturámos como duas mãos num aperto abraçado.
Também eu sei de cor cada lugar teu, e porque não meu.
Basta passarem nas Notícias as buscas de um "afogado" e logo me salta à memória que aquele mar é meu, que ela mo deu uma noite. Basta passarem uma notícia sobre estudantes do Erasmus a serem entrevistados junto ao rio e o coração acelera. Basta ouvir o trânsito de manhã e mentalmente lembro os locais, imaginando-os cheios de carros e condutores impacientes. Ela está em todo o lado, procuro-a em todo o lado...
Fomos corajosos. Vivemos as emoções sem nenhuma reserva, sem ter "o pé atrás". Esfolámo-nos todos, pelo que hoje somos ricos. Ninguém se retraiu.
Queria viver tudo outra vez, noutra situação, noutra dimensão, numa outra ilusão, mas estar consciente de que tudo acaba, como tantas vezes disseste.
Hoje dói demais. Esta angústia que reconheço em cada pedra das calçadas onde passámos, daquelas em que ficámos de passar. Dói a cada música das nossas, a cada assunto nosso, a cada lembrança...
Por tudo isso...
Mafalda Veiga - Cada lugar teu
Que diabo, ninguém respondeu ao meu repto. Bem sei que fui subtil, ou nem tanto, mas nenhuma senhora se ofereceu para me ajudar a cumprir este meu fetiche de sentir um peito de silicone!
É terrível, sabendo que posso morrer a qualquer segundo sem cumprir este meu desejo; quase que as oiço dizer, pois que morra...
As inscrições estão abertas... não vão dizer que ninguém tem dessas coisas!!
Atenção: Isto com todo o respeito e é só mesmo para isso.
Bem, parece que prometendo respeito não vou a lado nenhum... minhas senhoras, esqueçam a frase acima, afinal vai ser o deboche completo!
Ainda um dia vou sentir na mão um peito com silicone... "just for the thrill".
Será que é igual!? Será que é como sentir um saco cheio de água!?
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