Confesso que amei. Amei e tenho amado sem moderação nem reservas, sem temor nem calculismo. Amei porque sim.
Tive essa sorte de amar, de me apaixonar de me entregar sempre e mais uma vez. Apesar das quedas, dos desastres, dos estampanços de frente, continuei com uma quase candura a querer amar como da primeira vez. Em cada amor acabado deixei uma parte de mim, pelo que agora sinto-me um pouco por todo o lado. Partes que somadas não fazem um todo. Um braço aqui, um pé ali e no entanto sinto-me inteiro. Um pouco mais nostáligico do que podia ter sido, deste ou daquele futuro que se esboroou com o fechar da cortina.
O meu porto seguro são essas nódoas negras, são a única coisa que tenho garantida.
A questão é mesmo não desistir, porque olho à volta e vejo tantos braços caídos, tantas pessoas sentadas no lancil do passeio acarinhando as suas feridas e nódoas negras.
Sinto sempre a esperança de levantar voo e sentir-me mais, melhor que eu, capaz de tudo o que não sou.
HMB ft. Carminho - O Amor é Assim
Estou a ver as nuvens escuras ao fundo, mas não me vão apanhar.
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. Amei
. e tu?