Hoje fiquei no hotel de manhã, houve aqui um workshop e não tive que me deslocar.
Correu tudo dentro dos conformes ie, o habitual. Os argelinos continuam a atender chamadas no meio de reuniões ou seja onde for. É bom porque nos exige um desenvolvimento apressado da capacidade de concentração. Acho que esta atitude corresponde a um certo novo-riquismo relativamente aos telemóveis. Na realidade, não são muito os que podem pagar as contas de telemóvel, pelo que os exibem quando podem.
Havia almoço incluído e lá fomos. Deixei a pasta e um caderno numa mesa de apoio e lá me dirigi ao buffet. Comemos as entradas, falámos, enchi o copo de sumo, comi e terminei as entradas. Fui buscar o prato quente e......... eis senão quando, me apercebo que um indivíduo estava sentado no meu lugar, com o meu guardanapo no colo, o meu copo, com dois pratos à frente. O prato quente e a fruta. Disse-lhe que ele estava no meu lugar (no meu melhor francês ) e ele respondeu que não há problema e passou para o lugar ao lado, o do tipo com quem eu tinha estado a falar. Fez uma troca rápida de guardanapos, depois de ter limpo a boca ao que acabou por me deixar!!!!!
Como se isto não fosse já suficiente, quando acabei de almoçar e fui buscar as minhas coisas, elas já lá não estavam. Perguntei ao empregado se as tinha levado e ele disse-me quem as tinha. Era o tipo da empresa que organizou o evento (50 pessoas), estava a almoçar com o meu caderno ao colo.... porquê!?!? Desconheço, mas foi um dia singular.
Acabei o dia a "discutir" no trabalho com uma senhora de véu na cabeça, que está arranjar problemas de toda a espécie. As mulheres aqui têm uma necessidade de afirmação muito grande, com enormes dificuldades em assumir uma atitude profissional. Não é raro começarem a chorar porque não se vai fazer aquilo que querem.
É um negócio em vias de extinção em Portugal, mas que floresce na Argélia. As máquinas de escrever são em árabe e eles fazem requerimentos, pedidos, etc. para quem não sabe escrever. Uma espécie de Outsourcing da escrita.
Espanta-me a relação das pessoas com a comida.
De onde vem a rejeição radical da comida em determinadas situações? Qual a origem da vontade descontrolada de comer nalgumas pessoas?
Usamos a refeição para momentos especiais, para reuniões de trabalho, para situações românticas, de família, etc... a partilha dessas ocasiões é sempre um momento de proximidade, maior ou menor. Expomo-nos sempre quando comemos, talvez por isso tenhamos essa necessidade de escolher com relativo cuidado as pessoas com que degustamos.
Como sempre, falo de uma situação concreta que me desperta a dúvida. Falo de um almoço em Birkhadem (Lê-se Bir RRRádem) com dois portugueses e 3 argelinos. Chegámos ao restaurante, que tem o ambiente de um "cacau da Ribeira" mas com uns 100 m quadrados, cadeiras de tasca, ou daquelas antigas que havia na escola e pedimos espetadas. Fiquei logo admirado quando o pedido foram 23 espetadas e duas meias doses de frango.
Atenção, o tipo que estava ao meu lado comeu cerca de 17 espetadas regadas com mostarda. Eu e o outro comemos 3+3!!!!!!!! O tipo tem um físico de 1,80m e não é gordo, é normal!!!!! O "bicho" despachou as primeiras 10 e eu perguntei-lhe se estava a fraquejar, ao que ele me respondeu que eram exactamente aquelas últimas 7 que lhe sabiam melhor!!!!!! Que "é preciso não ter medo da carne"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Fabulosa esta frase! Vai ficar nos anais das minhas histórias argelinas.
O tipo é um verdadeiro cromo. Diz que fala muito alto porque os pais moravam numa casa ao lado da estrada nacional e quando passava um carro deixavam de se ouvir!!!!
No oposto estão aquelas pessoas que abdicam de comer. Cheguei a ver uma mãe insistir com uma criança de 7 anos para comer um prato de adulto, enquanto ela comia 2 batatas pequenas e metade de um lombo de peixe.
Esta malta é de uma com-petência!!!!
Isto é de ir às lágrimas! Hoje o chefe do projecto foi informado que a reserva do quarto foi feita só até dia 29, por isso vá dormir onde entender porque o hotel está cheio e não têm quarto para os dois dias que ainda vai ficar. Atendendo a que o pedido de marcação foi feito por escrito e que já é a terceira vez que acontecem destas...
Mas não vos vou aborrecer com questões menores, isto se o chefe não me quiser desalojar do quarto, mas a esta hora já não corro esse risco.
Já começo a bater mal. Vou-vos relatar duas situações de um absurdo gritante.
Por motivos religiosos, e nesta terra tudo tem motivos religiosos, os cães são vistos como animais sujos. Por isso é raro, raríssimo ver um cão e nunca têm coleira. No total devo ter visto 3 cães desde que cheguei. Curiosamente, no sábado vi um tipo a passear com, pasmem, uma ovelha pela trela no meio da cidade de Argel, capital do 10º país maior do mundo em área. Nesse mesmo dia vejo um pastor a conduzir um rebanho de "moutons" nos arrebaldes da cidade. O que será que diz o corão sobre as ovelhas!? Tenho aqui um exemplar no quarto, mas como está em árabe ainda não me abalancei a ler, mas é um livro bonito.
Esta é a foto do acontecimento
TIREM-ME DAQUI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!- !!!!!!!!!!!
A segunda e bem pitoresca foi o que vi hoje. Lá ia eu no Eixo-Norte Sul cá do burgo quando em contra-mão na faixa de paragem, vejo um senhor que levava pelos arreios um camelo e um burro. Não se esqueçam que a faixa de paragem é inevitavelmente utilizada por seja quem for, e levar com um camelo pelo pára-brisas, suspeito que não deve ser agradável. Mas a lógica deve ser, se está asfaltado, é tudo para usar, senão era um desperdício.
Aqui ficam mais uma fotos, desculpem ser dentro do carro mas não tenho alternativas.
Boas noites, Salamaleikum, Bala Kher
Hoje foi um dia produtivo. Pouco trânsito (só o governo e empresas públicas trabalham), tudo muito rápido.
Aproveito para deixar uma imagem interessante, apesar de não ser esse o tema deste post:
Esta é uma das rotundas mais entupidas de Argel, se repararem, estão dois indivíduos ao fundo, numa varanda sem protecção a beber um chá, enquanto inalam os famosos gases de escape Argelinos. Um mimo.
Entremos então pelo tema dentro. A questão da higiene íntima árabe tem-me ocupado a mente nos últimos dias.
Imaginem o cenário: Dá-vos uma aflição, para facilitar desta vez é líquida, entram numa casa de banho que esteja à mão e dão de caras com a sanita. Invariavelmente existe ao lado um balde cheio de água com uma caneca plástica dentro, se procurarem melhor, não há papel higiénico.
Hummmmm, pensa João pensa.... à primeira vista, até parece mais higiénico, lavam-se, embora sem sabonete líquido ou sólido, não sei onde secam o rabito... e avançam para a torneira do lavatório onde terminam as lavagens sem sabonete, desta vez é da mão. Percebem!?!?!? Limparam o rabo cheio de cocó à própria mão... não usam sequer sabão azul e branco e enxaguam as mãos, que não chegam a secar e saem.
1. Meus amigos, apontem-me UM árabe que roa as unhas!!!! Sim, lembrem-se lá de um...
2. Percebem agora porque é que eles não dão apertos de mão???? hi hi hi Porque é muito mais higiénico dar dois beijinhos!!!!
3. Isto também deve explicar porque é que as casas de banho chegam sempre ao fim do dia com água no chão até à porta
Começo a ponderar seriamente passar a embracé estes meninos!
E vocês meninas, não se estejam a rir... tudo isto se vos aplica.
Aproveito para vos deixar uma imagem de uma família tipicamente árabe, elas são sempre umas autênticas crianças quando comparadas com eles. Imaginem-se nos preparos que descrevi, com aquelas roupas e naquelas casas de banho pequenas e bastante sujas.
Je vous embrace
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Unilever fecha fábrica de...
. Um Viva às boas surpresas...
. O génio
. A fruta
. Eu é que sou o persidente...