O dia rasgou a noite, como o sol rompeu a chuva. De tempos a tempos procuro o arco-íris sem o descobrir.
Mariza - Chuva
A vida continua a surpreender-nos aqui e ali, mas as emoções fortes são o que nos faz sentir vivos.
Por vezes somos fortes, outras frágeis, outras somos só espectadores.
Não consigo ser inteiro, nem alto, nem distinguir o principal. Busco o principal mas o secundário distrai-me. Espero dos outros as soluções que não construo. Destruo o que não me destroi, na ânsia do que me desfoca.
E esta chuva que me inunda a alma em jorros de insanidade. Sinto-me a enlouquecer. Deixei de acreditar em mim, no que faço. Deixei de acreditar na consequência do que faço. Deixei... escapar-te entre os dedos... porque não tinha força para suster-te nas mãos. Como se a areia pesasse toneladas e os dedos cedessem.
Não consigo pensar nem ser razoável, como sempre fui. Tudo me magoa, me atinge... apetece-me chorar toda esta chuva, inundar campos de lágrimas. Para que floresçam malmequeres e papoilas fortes e viçosas de emoções choradas, mortas.
Tudo se mistura numa amalgama indistinta de amores, família, trabalho. Tudo.
Lembro-me do teu queixo a tremer, meu filho, enquanto resistias a deixar correr nem que fosse uma lágrima. Bastava um sopro nessa altura e elas correriam numa torrente libertadora. O pai também não consegue chorar... nem sei bem porquê. Mesmo assim resististe quase cinco minutos. Não pensei que tivesses endurecido tanto.
Também me lembro da tua alegria, do teu sorriso.
Um dia vamos chorar e rir de tudo isto. Um dia vamos rir.
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