Há cerca de meio ano comentei o caso do avô que matou o pai da sua neta, hoje comento a mensagem que a justiça envia à sociedade ao decidir que não há motivos para o manter preso preventivamente.
A notícia está aqui: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=2000299
Se as coisas não mudarem (e não vai ser a troika a mudá-las), o processo vai-se arrastar por 7 a 10 anos, com o homicida confesso em prisão domiciliária. Quando finalmente for condenado a uns 7 ou 8 anos de prisão, terá cerca de 75 anos. Terá convivido diariamente com a sua neta, terá exercido a sua influência e atribuido um ar de normalidade à sua lógica e forma de estar na vida.
O que me parece ser criminoso por parte da justiça não é deixar o senhor sair em prisão domiciliária, o que me parece perigoso, revoltante, demonstrador de enorme incompetência profissional e claro, criminoso, é a justiça não ser capaz de julgar e condenar um crime tão óbvio, tão evidente. São necessários mais de 6 meses para julgar este caso? Até filmes existem do crime. Ahhhh esquecia-me que os filmes não são aceites como prova em tribunal...
Os problemas que a lentidão da justiça gera, não são pequenos. Lembro que a namorada do falecido estava grávida e que esta criança foi privada de um pai. O criminoso convive com a sua meia irmã diariamente.
Que mensagem está a justiça então a passar à sociedade?
Que há pessoas privilegiadas, se se estiver bem relacionado.
Que por mais grave que seja o crime, a justiça nunca se faz de forma célere.
Que aquela é uma forma legítima de resolver o assunto. Discutível mas legítima.
Um país onde não há justiça, não é um país a sério.
Da Weasel - Casa
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