Não acredito que venhas algum dia a ler isto, o que me deixa ainda mais à vontade para o escrever.
Por vezes investimos em pessoas de quem gostamos, de quem achamos que vale a pena gostar e a pouco e pouco o capital de crédito que nos merecem vão-no gastando, desbaratando-o como algodão ao vento.
O gostar continua lá, naquela pessoa que vimos, naqueles gestos e posturas, mas a pessoa não é assim como se mostrou. Talvez não se tenha mostrado completa, com virtudes e defeitos, talvez só encarne um personagem ou uma metade dele.
Comecei por achar que te vi completa, que os defeitos eram a coroa da cara, que são as virtudes, como em toda a gente, mas eras outra pessoa. Eras outros defeitos bem mais feios, pelo que és outras virtudes e deste conjunto não gosto. Este conjunto não faz "pandan", foste desiludindo a pouco e pouco.
Tenho pena que os teus fantasmas, as tuas nuvens negras não dêm hipóteses a que o que semeias rebente em pétalas de cor imensa.
É mau ficar a gostar no vazio, ficar sem chão no gostar.
Agora resta-me desatar isto, continuo a gostar de ti, consciente que não é de ti que gosto? Ou assumo que a amizade que sinto não é por ninguém real? Sei que não me vais ajudar, mas a tua amiga vai... sim, essa que enjeitas sem motivo, sem apelo, sem recurso.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Amei
. e tu?