Espanta-me a relação das pessoas com a comida.
De onde vem a rejeição radical da comida em determinadas situações? Qual a origem da vontade descontrolada de comer nalgumas pessoas?
Usamos a refeição para momentos especiais, para reuniões de trabalho, para situações românticas, de família, etc... a partilha dessas ocasiões é sempre um momento de proximidade, maior ou menor. Expomo-nos sempre quando comemos, talvez por isso tenhamos essa necessidade de escolher com relativo cuidado as pessoas com que degustamos.
Como sempre, falo de uma situação concreta que me desperta a dúvida. Falo de um almoço em Birkhadem (Lê-se Bir RRRádem) com dois portugueses e 3 argelinos. Chegámos ao restaurante, que tem o ambiente de um "cacau da Ribeira" mas com uns 100 m quadrados, cadeiras de tasca, ou daquelas antigas que havia na escola e pedimos espetadas. Fiquei logo admirado quando o pedido foram 23 espetadas e duas meias doses de frango.
Atenção, o tipo que estava ao meu lado comeu cerca de 17 espetadas regadas com mostarda. Eu e o outro comemos 3+3!!!!!!!! O tipo tem um físico de 1,80m e não é gordo, é normal!!!!! O "bicho" despachou as primeiras 10 e eu perguntei-lhe se estava a fraquejar, ao que ele me respondeu que eram exactamente aquelas últimas 7 que lhe sabiam melhor!!!!!! Que "é preciso não ter medo da carne"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Fabulosa esta frase! Vai ficar nos anais das minhas histórias argelinas.
O tipo é um verdadeiro cromo. Diz que fala muito alto porque os pais moravam numa casa ao lado da estrada nacional e quando passava um carro deixavam de se ouvir!!!!
No oposto estão aquelas pessoas que abdicam de comer. Cheguei a ver uma mãe insistir com uma criança de 7 anos para comer um prato de adulto, enquanto ela comia 2 batatas pequenas e metade de um lombo de peixe.
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