Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Os Inadaptados

Pois, o título é um vil e descarado plágio do livro do Arthur Miller .

Este é o post dedicado aos emocionalmente inadaptados, pessoas (como eu?) que não sabem distinguir nem dar o devido nome à emoções que sentem ou que observam.
Imagine que não possui essa competência humana, que as únicas emoções que realmente reconhece são a paixão e o ódio e, que todas as outras (a ternura, o amor, a inveja, a compaixão, etc.), não passam de cinzentos numa escala do preto ao branco. Mais tarde, passado o calor do momento, quando nos dizem, "aquilo foi azul", conseguimos identificar o azul que lá há, mas já pode ser tarde demais.
Como fazer para não transformar a vida num tubo de ensaio? Como reconhecer imediatamente o que para os outros parece ser instantâneo? Sem reconhecer a emoção do outro, não existe reacção adequada.

Uma pessoa assim pode fazer estragos. Somos verdadeiros "snipers" emocionais, elefantes em loja de porcelanas, quando tentamos lidar com os estímulos exteriores. Alguém está invejoso e nós espicaçamos ainda mais; se alguém nos trata de forma afectuosa, somos duros em resposta a uma suposta "inveja"...

Quero um manual, as instruções da vida emocional, um curso de orientação!!! Esta guerra está a provocar demasiadas baixas. Como todas as guerras, esta também é injusta. Parece que perdi o controlo da minha vida, do que provoco nos outros, do que sinto nos outros.
Era muito bom conseguir dizer, o Zé ficou triste comigo, ou a Raquel amuou, em vez de classificar as coisas em grau de chateação. O Zé está chateado, a Raquel está chateada. O que é isso de estar chateado? É estar aborrecido, amuado, triste, revoltado, zangado, mal disposto!?
Não sei.
Vejo a vida entre o chateado e o contente.

Para contornar esta nossa limitação, somos muito racionais. Reforçamos de racionalidade as nossas defesas e tornamos o forte inexpugnável. Defesa inglória de nós mesmos.

Um coxo, é como me sinto. Olho para baixo e as pernas estão lá, têm tudo para funcionar mas não funcionam como devem, nem com a ligeireza com que deviam.




PS: Este post foi escrito num determinado contexto, aflige-me o sofrimento, seja ele qual for e de quem for, inclusive o meu.
Estar vivo é um risco, não posso responsabilizar-me por riscos que alguém se predispôs a correr de livre vontade. Cada vez que nos envolvemos com alguém, corremos riscos. Por vezes magoamos, outras vezes somos magoados.
Sou como sou. Talvez este blog seja um pouco exagerado, característica que faz parte de mim. Quando alguém se envolve, leva o pacote, com tudo o que tem de bom e de mau.


publicado por BigJoao às 18:10
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1 comentário:
De Magy a 12 de Abril de 2010 às 12:06
"Quando alguém se envolve, leva o pacote, com tudo o que tem de bom e de mau." Palavras sábias...


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