Segunda-feira, 23 de Junho de 2014

A elevação

Elevação:

1. Acto de elevar; ascensão. 2. Distância desde o solo, ou a partir de um ponto dado; altura. 3. Lugar que fica sobranceiro; eminência; outeiro, colina. 4. Aumento. 5. Exaltação a uma dignidade. 6. Grandeza, nobreza; distinção.

 

Tiago Bettencourt - Aquilo que eu não fiz

 

 

E é o ponto 6 que me interessa particularmente. "Grandeza, nobreza; distinção". Falta-nos elevação, seja em que debate for... neste caso interessa-me o debate político.

Não custa reconhecer que errámos. Custa no entanto, constatar que há líderes agarrados ao poder sem o mínimo pudor.

Sem saídas profissionais, Seguro agarra-se aos estatutos de forma mesquinha e até imoral. Não nos devemos esquecer que alterou os estatutos a gosto e definiu uma forma estatutária de se prepetuar no poder.

 

 

 

 

Onde está a nobreza de um fulano que se agarra às leis... como se não fossem feitas por homens. Necessariamente imperfeitos, necessariamente atrasados.

O caminho não é esse. Se Seguro olhar para dentro, vai entender...

 

 


publicado por BigJoao às 03:03
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Sexta-feira, 20 de Setembro de 2013

A libertação

Talvez tenhamos que nos libertar dos bens materiais para atingirmos a felicidade. Nesse caso estou quase lá.

Talvez tenhamos que nos libertar de toda a zanga e simplesmente aceitar os factos da vida.

Talvez me converta ao budismo, ao islamismo, ao "abdicarismo", ao "desistismo", ao "abstinentismo" e a mais qualquer outro "ismo" de que me lembre.

 

Foto de sem abrigo (Reuters)

foto Reuters

 

E o que é a verdade!? Talvez um dia a verdade aconteça, talvez germine e cresça como um rebento de soja. Talvez a minha verdade esteja errada e tortuosa. Talvez se me libertar de ideias pré-concebidas que desconheço, ela se erga numa coluna de fumo e luz.

 

Olho para uma vida cheia de becos sem saída e apostas falhadas. Diz-se que "o que não nos mata torna-nos mais fortes", e se nos matar? Se nos formos tornando sombras de nós mesmos a pouco e pouco. Os dedos sem sentir a pouco e pouco. As pancadas já sem doer, a pouco e pouco. Sem capacidade de reacção. Um esgar no rosto sem sequer parecer um sorriso, uma careta.

As palavras foram lapidares, a conclusão foi tirada. As chaves do carro ficaram sobre a secretária vazia, a mochila no chão ao lado desta. Sem sentir a cadeira a arrastar, levantou-se e saiu indiferente aos protestos que as coisas não estavam terminadas. Precisava de ar.

Os olhos pequenos, já crescidos de olhar. Os ouvidos cheios de sons, uns bons outros maus. Uns breves outros longos e agudos como estiletes. A narrativa da mentira, a narrativa da boçalidade destrutiva como um buldozer. Cabeças de criança terraplanadas de ideias violentas, de destruição brutal.

 

Ninguém nos prepara para isto quando temos um filho. Ninguém nos prepara para isto quando temos dois. Ninguém.

Tornamo-nos sombras, espectros. Sem rumo, sem norte, sem conteúdo.

Seja feita a vossa vontade.

 

 

 

Tiago Bettencourt - O Jogo


publicado por BigJoao às 02:11
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Segunda-feira, 8 de Julho de 2013

Com os olhos a arder

Nas ruas os pássaros estão em silêncio, o calor é demasiado.

Os chopos algodoeiros libertam a sua semente sob a forma de pequenos flocos de algodão. Esvoaçam lentamente ao sabor da brisa, quando há brisa.

Custa respirar, o ar é quente e seco. A luz intensa do sol faz arder os olhos.

 

Sinto... olho... observo... concluo... resolvo... envolvo...

 

Já não consigo... um carro passa na rua. A cidade está viva, activa, inteira.

 

 

U2 - Bad


publicado por BigJoao às 02:18
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Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

Manifestações

Manifestei-me? Claro que sim!! Não aceito políticas erráticas implementadas só "porque sim".

Vai surgir uma solução? Nem por isso. Acredito que vão surgir pequenas soluções, se houver tempo... se o sistema não tombar de podre.

Vamos viver num estado de direito? Não. Excepto se a justiça se levar a si própria a sério e começar a julgar com base no espírito  da lei.

 

 

É interessante espreitar o termo "Justiça" na enciclopédia. Dá-nos a real dimensão da distância que temos a percorrer. É quase assustador.

A equidade por exemplo (simbolizada pela balança), onde está a equidade!? A imparcialidade (simbolizada pelos olhos vendados) não passa de uma miragem. A coragem (simbolizada pela espada) não passa de uma anedota nos dias de hoje.

 

Não me refiro aos processos pequenos em que um sem abrigo rouba um polvo e um champô, porque nesses a coragem necessária não é superior à necessária para atravessar a rua, a imparcialidade até acredito que exista, já a equidade... enfim.

 

Ontem vi um casal de idosos, até com bom ar, furtar pão no supermercado! Pão!!!!!!!!

O que fazer? Claro que não os denunciei, pagar-lhes o pão só os iria envergonhar, pelo que sobrava deixar as coisas entregues ao destino.

 

Outro aspecto prende-se com alguns dogmas existentes no sistema de justiça. Por exemplo, os filhos devem ficar sempre a cargo da mãe. Como diria um qualquer jurista, "in dubio para a mãe".

 

Presuntos Implicados - Alma de Blues


publicado por BigJoao às 00:52
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Sábado, 25 de Agosto de 2012

A riqueza

Continuo a perguntar-me. É este o modelo de país em que queremos viver? Há algum político satisfeito com o estado a que trouxe país? Haverá algum ego inchado e orgulhoso com o nosso desenvolvimento?
RTP concessionada, TAP vendida com hub simbólico em Lisboa, EDP e REN chinesas,
Galp privada (e agora a ganhar dinheiro como nunca), 10 estádios novinhos, aeroporto abandonado em Beja, 15% de desemprego (oficial), interior sem ninguém, a horrorosa grande Lisboa, as lamentáveis Portimão e Praia da Rocha...

 


E sempre esta obcessão dos empresários com os despedimentos. As empresas são as pessoas que lá trabalham e as ideias que têm... o resto são instalações, prédios, armazéns, viaturas... nada valem, não geram riqueza. Por isso não entendo as racionalizações e reformas antecipadas obcessivas. Por isso detesto a frase repetida e quase metálica, "há mais alguma coisa em que possa ser útil?", por reflectir ignorância e insinceridade. Reflecte a simples obediência ao "road book" dos call centers, obediência cega em vez de uma vontade real em ajudar.

 

Em Portugal nunca se fazem avaliações, balanços efectivos. Nunca se tomam medidas em consonância com as conclusões a que se chega. O despudôr dos políticos é o reflexo do "deixa andar" popular e a justiça acaba por se travestir de anedota.

 

É melhor ir dormir, caso contrário amanhã faço uma revolução.

 

Xutos & Pontapés - Para sempre


publicado por BigJoao às 01:51
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Quinta-feira, 16 de Agosto de 2012

Tenham vergonha

Aqui fica um trabalho fabuloso e também o original.

 

O original:

 

 

O "Bandex" fez isto com este discurso. É fabuloso e criativo:


publicado por BigJoao às 21:20
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Segunda-feira, 13 de Agosto de 2012

A mochila e o submarino

Pareço um autêntico tomate maduro. Dois dias de praia, um soninho retemperador e aqui estou eu. A brisa doi-me ao passar pela pele, as pernas em chaga, os olhos a arder. Estou tãooo sensível. :D

 

Enquanto tento recuperar o meu ar sóbrio o país procura os documentos dos submarinos. Lembro-me que na altura em que o Paulo Portas saiu do ministério da defesa os jornais comentaram o número impressionante de fotocópias que o seu gabinete contabilizou nos últimos dias de mandato. Será possível que se esteja à procura dos originais e afinal ele só deixou as cópias?

O actual ministro dos negócios estrangeiros deveria ser o principal interessado em que os documentos fossem encontrados, pois de outra forma ficarão sempre as suspeitas e as perguntas sobre os motivos pelos quais os documentos desapareceram e a quem interessa que continuem desaparecidos. Mas parece que o ministro não fica sequer incomodado com tal suspeita, enclausurou-se nos Açores onde se desligou do mundo.

Hoje fui ao supermercado com a minha mochila às costas, perguntei ao segurança se podia entrar e parece que sim, que podia. À saída a mochila fez apitar o detector de furtos e eu, sem ninguém me pedir, esvaziei a mochila pois a suspeita estava lançada e foi para mim inaceitável que a mera sugestão de acusação se mantivesse. Parece que a loja onde comprei a mochila devia ter tirado o alarme e não o fez.

Toda esta história para dizer que estranho a falta de reacção do ministro, para mim e para qualquer cidadão honesto, este tipo de situações têm de ser esclarecidas. Para um ministro envolvido directamente no processo, sabendo que o país da empresa que vendeu os submarinos já condenou a gestão por ter pago subornos, o assunto não lhe merece uma única palavra!?!?

 

Algo tem que estar muito errado... muito errado mesmo! Quando alguém não se dá ao respeito, não merece ser respeitado, muito menos uma pessoa que anda permanentemente a falar de moral e bons costumes e se assume defensor dessa moral.

 

 

 


publicado por BigJoao às 16:28
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Domingo, 15 de Julho de 2012

Cortar a Relva

Malditas formigas! Parece que nascem por todo o lado. Todos os dias limpo isto e no dia seguinte lá estão elas, parece que descobrem nutrientes onde os olhos mais treinados não veem mais que manchas.

 

 

 

Parece que não há limites para este ministro. Depois do caso do Público, agora o caso da licenciatura... será que não entende (e o Sócrates também não) que o cargo que ocupa lhe dá muito mais prestígio que a "licenciatura"? Pergunte aos inúmero licenciados a trabalhar em Call Centers qual o prestígio que sentem quando recebem o cheque de 500€ ao fim do mês. Sim porque não foi para adquirir técnicas nem competências que fez o esforço hercúleo para obter o canúdo!

 

A mais completa mediocridade chegou ao poder. Já começo a duvidar se o das finanças entenderá alguma coisa da respectiva pasta.

Todos temos o que merecemos e nós como povo não somos excepção. Quisemos pagar mal aos políticos? Enquanto os bons se afastaram para cargos mais interessantes, os menos bons encontravam esquemas de conseguir ganhar o mesmo ou mesmo mais. Quisemos cortar-lhes uma série de benefícios? Os que sobraram arranjaram formas de ganhar ainda mais. O problema é que os mediocres que sobram não têm pudor nem consciência ou vergonha, agarram-se ao poder com super-cola e só saem obrigados. Obrigados ou com as contas bancárias recheadas.

 

 

Uma marcha de mineiros é que nos fazia falta!

 

 

Jessie J - Domino


publicado por BigJoao às 18:38
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Sexta-feira, 8 de Junho de 2012

O risco

A democracia está em risco. A democracia está sempre em risco, é preciso, é importante lembrar e re-lembrar constantemente os princípios, os valores.

Quando surgiu a questão do ministro Relvas achei que "a coisa" não ia passar impune. Talvez pela atitude firme assumida pela direção do jornal, talvez porque a fragilidade de Relvas na questão das secretas era evidente... dias depois ocorre a reunião na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) e no dia 3 de Junho, a democracia foi mais uma vez violentada. Nem precisei de comprar ou ler o jornal! Pedro Passos Coelho aparecia na capa numa fotografia de corpo inteiro e todos devíamos conhecer melhor o senhor. Não podia haver maior exercício de "lambe-botismo" por parte do Público, nem poderia o jornal prestar pior serviço à democracia. Dias depois a jornalista demitiu-se, demonstrando que tem mais coluna vertebral que o jornal inteiro, Belmiro incluído. O gesto vai-lhe custar a casa, ou o carro, ou ambos... mas demonstrou que tem carácter.

 

Desconheço o que levou o jornal a fazer um recuo tão grande, mas naquele segundo foram comprados. Naquele segundo perderam a isenção e a sua função de jornalismo. Passaram a ser mais um pasquim onde se publica publicidade, como o jornal de ocasião. Quem der mais publica o que quiser, quem fizer maior pressão vence. Perderam a dignidade, porque a coragem já nem se lembram o que é. A liberdade de imprensa morreu para eles naquele mesmo segundo.

 

 

 

 

 

Vou deixar de comprar o Público assim como já tinha deixado de comprar o Expresso há uns anos. O meu gesto não vai ter impacto para nenhum, mas não podia continuar a comprar um jornal assim. Não me interessa ler propaganda encapotada e a subserviência enoja-me. Seja económica, seja de outro tipo. Vou tentar continuar a ler os artigos de opinião, mas para isso basta-me ler a contra-capa. Fico sempre com pena do que perco, mas também sinto que nunca perco grande coisa.

 

 

 

GNR - Asas


publicado por BigJoao às 23:44
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