Segunda-feira, 6 de Maio de 2013

Estado gasoso

Dave Matthews Band - If Only

 

 

Hoje levantei-me e passei o dia a fazer coisas. Coisas. Nem me lembro bem o que fiz, mas sei que fiz algumas das coisas que tinha que fazer.

Parece que ando a meio metro do chão. Costumo associar este estado à paixão, mas isso não existe neste momento, talvez seja a nostalgia da paixão.

 

Foto de Walker Evans

 

Há quem defenda que é mau estar apaixonado, mas não me sinto vivo sem paixão, sem amor. Por isso fiz coisas... é o que vou fazendo sem essa emoção que me devora, que me controla.

 

Mudei de casa. Enquanto tiro os livros dos caixotes e os arrumo, encontrei "Os versos do capitão" do Neruda e vieste-me à memória. Tu e a determinação incontrolável que sentia de te ter, de te fazer e ser feliz. Parece inacreditável como continuas viva dentro de mim, como se tivessemos estado juntos ontem. Como se ainda te sentisse o cheiro, o teu corpo contra o meu. Como se ainda sentisse a pele na pele. Se quiser, consigo lembrar-me dos detalhes do teu corpo, dos teus gestos.

 

A vida continua. Fiz uma massada de goulash com caril. Não sei se faça sopa, mas não me apetece sopa; faço amanhã.

Tanta coisa para fazer e tu a pensar em disparates... se não dá, não dá, porque é que insistes!?


publicado por BigJoao às 23:11
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Quinta-feira, 20 de Setembro de 2012

Linhas

A caneta desenha letras no papel, criando um estranho quadro, uma estranha imagem de linhas separadas a espaços... por espaços. O papel, outrora de uma candura tipificada, normalizada e monótona vai-se deixando manchar sem retorno. Também a vida não tem volta.

 

 

As palavras foram ditas sem retorno. Palavras de fuga, palavras de enganar, palavras de indecisão. Qualquer palavra era boa para evitar a perda. Qualquer ardil era bom para atingir aquele fim.

 

As pessoas revelam-se em três tempos, basta enfrentarem uma crise, uma situação extrema e lá estão elas a espreitar, os seus princípios, a sua estrutura, os seus valores.

 

Fingiu um desequilíbrio instantâneo e avançou vacilante pelo corredor. O tecto baixo misturado com as lâmpadas flurescentes projectam sombras em todas as direcções. Ruídos estranhos e ligeiros, numa quietude de vigília. Uma calma tensa.

As paredes brancas cheias de placards informativos, "Saída", "Recepção". Pessoas paradas pelos cantos.

 

A decisão surgiu, sempre demorada. Sempre a mesma espera... as regras... os procedimentos... as vontades... a dor.

O homem sempre quis brincar aos deuses, deformar sonhos, encontrar a insustentável leveza do ser. Soa sempre a piada de mau gosto.

 

Bob Dylan - Jokerman


publicado por BigJoao às 02:05
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Terça-feira, 26 de Abril de 2011

Porquê?!?

Fixou o símbolo de fabrico da faca com um súbito e desajustado interesse. Os olhos subitamente brilhantes de incompreenção. A pergunta voltou, sem que nenhuma justificação alguma vez fosse boa, alguma vez chegasse para satisfazer a emoção.

 

O silêncio dominou a mesa, a esplanada, a rua. Os carros lá fora pararam, as pessoas deixaram de passar, de falar, de rir.

Ele voltou a explicar, a expôr as suas razões, mas nada justifica o que não tem explicação. Fez gestos amplos, embora contidos, os lábios mexeram-se mas não saiu nenhum som. Pelo menos ela não ouviu nenhum som.

 

Pediu mais água. Bebeu mas continuou com sede. A comida no prato, sem conseguir abrir passagem pela garganta até ao estômago.

 

Concentrou a atenção no copo, sem reparar nos 20cl de capacidade, ou no símbolo pintado no vidro. Olhou-o sem o reconhecer. Repensou todo o percurso, quis desaparecer, quis ... e foi o que fez.

 

 


publicado por BigJoao às 23:09
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Quarta-feira, 20 de Abril de 2011

O anzol

A tarde preguiça e espreguiça-se enquanto se arrasta indulente num desfolhar de horas que jazem inertes, já gastas pelo chão. Finalmente encosta-se à noite suave e calorosamente, misturando-se até se tornarem numa só.

 

 

Tenho saudades de quando fumava. Havia sempre companhia dentro de cada cigarro. Havia sempre alguém com quem partilhar aquela fraqueza que entra pela boca e queima o seu caminho, até finalmente espalhar o seu calor nos pulmões. Uma leve tontura após cada passa, os olhos a arder por cada vez que o fumo lá chega. A roupa e o interior do carro sempre cheios de cinza, a cheirar a tabaco ou, o que é pior, a cheirar a tabaco frio. Lembro tudo isto sem pena de ter deixado nem recriminação de quem ainda fuma.

 

 

 

 

Sinto que as coisas comigo acontecem sempre fora de tempo. Devo ser eu, deve ter a ver comigo, com a minha forma de estar.

Já me acusaram de ser racional, mas o que sinto é exactamente o contrário. Sinto que ando sempre a sofrer as consequências de ser impulsivo, mas a verdade é que as sofro sem arrependimento.

Sinto tanta falta de algumas pessoas cá dentro... de quem não esqueci, de quem não quero esquecer, de quem quero lembrar. O tempo faz o seu trajeto implacável e esboroa rochas outrora sólidas, esbate cores outrora garridas. Só não descolora o que sentimos, isso fica cá dentro no quentinho, no aconchego do que nos é querido.

 

Sou como as crianças, necessito de confirmações...


publicado por BigJoao às 16:01
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Quinta-feira, 7 de Abril de 2011

Inquietação

A sensação de incómodo não o largou. Quis sair, deitar-se, levantar-se, correr, mas não o suficiente. Deixou-se ficar, depois partiu.

O dia corria quente, ou antes caminhava a passo, num calor indolente.

Uma folha de publicidade esvoaça rente à calçada, empurrada pela brisa suave. O som dos insectos a voar entre arbustos. O ruído dos carros a passar ecoa por entre as esquinas. Só os seus passos o acompanham juntamente com a sombra, que se projeta sempre a esconder-se do sol.

 

A pouco e pouco vamos apagando tudo o que é negativo das lembranças, até já só restarem os tempos áureos. A mágoa espreita, cada vez mais desatenta, transformando-se numa angústia indistinta, até já não se lembrar porque lá está. Quem foi que a esqueceu ali ou por quem existe.

 

Rebobinou as memórias e tentou recriar a sequência, descobrir quando começou o ocaso, o declínio. Pode ter sido aquela vez em que não a sentiu ali, ou terá sido a outra em que o magoou de propósito? Talvez fosse a falta de comunicação nas suas palavras, na sequência de histórias embrulhadas em palavras, ou outra coisa qualquer.

Pensou "És sempre a mesma coisa! Será que esperas alguém perfeito estando tão carregado de defeitos?", mas nunca achamos serem realmente defeitos. Quis ir lá, refrescar os porquês, saber se eram uma circunstância ou um facto, mas não pôde. Não tinha o direito. Seria demasiado egoísta.

 

"O tempo tudo cura", disse. Havia algumas pessoas a quem gostaria de lembrar esta frase... exatamente aquelas que trataram de transformar as mágoas em azedume.

 

Quero que sobre algo de bom, algo perene.

Pode ser que o mar me traga essa paz. Hoje está um bom dia de mar...

ela está bem, é o que importa.

 

O Guincho

 


publicado por BigJoao às 16:24
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Sexta-feira, 18 de Março de 2011

Amizade

Não acredito que venhas algum dia a ler isto, o que me deixa ainda mais à vontade para o escrever.

 

Por vezes investimos em pessoas de quem gostamos, de quem achamos que vale a pena gostar e a pouco e pouco o capital de crédito que nos merecem vão-no gastando, desbaratando-o como algodão ao vento.

O gostar continua lá, naquela pessoa que vimos, naqueles gestos e posturas, mas a pessoa não é assim como se mostrou. Talvez não se tenha mostrado completa, com virtudes e defeitos, talvez só encarne um personagem ou uma metade dele.

Comecei por achar que te vi completa, que os defeitos eram a coroa da cara, que são as virtudes, como em toda a gente, mas eras outra pessoa. Eras outros defeitos bem mais feios, pelo que és outras virtudes e deste conjunto não gosto. Este conjunto não faz "pandan", foste desiludindo a pouco e pouco.

 

Tenho pena que os teus fantasmas, as tuas nuvens negras não dêm hipóteses a que o que semeias rebente em pétalas de cor imensa.

É mau ficar a gostar no vazio, ficar sem chão no gostar.

 

Agora resta-me desatar isto, continuo a gostar de ti, consciente que não é de ti que gosto? Ou assumo que a amizade que sinto não é por ninguém real? Sei que não me vais ajudar, mas a tua amiga vai... sim, essa que enjeitas sem motivo, sem apelo, sem recurso.

 

 


publicado por BigJoao às 15:40
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Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011

Eu é que sou o persidente da xunta!

Seis candidatos.

 

Na Tv vê-se que as pessoas se acotovelam com fraco entusiasmo para ver passar o indivíduo. É mau comunicador.

- Como justifica a venda das acções?

- Houve aproveitamento da sua influência?

A multidão faz silêncio mas não se ouve nenhuma voz. A procissão segue o seu caminho, cabisbaixa, diminuída pela incapacidade do "seu líder".

 

 

Na sala propositadamente pequena os ombros apertam-se. O calor sufoca enquanto uma voz de trovador se ergue para admitir que nem as suas finanças consegue gerir. A voz afaga os presentes de tanta impulsividade, de tanto coração a transbordar amor. As pessoas amam-no, amam o cidadão, o poeta, sem acreditar nele travestido de presidente.

 

 

Ainda não tinha sido feita a pergunta e o candidato falava já nos grandes grupos económicos, nos especuladores, na exploração dos trabalhadores e nos latifundiários. Os desempregados sentiram-se também um pouco trabalhadores, os rendimentos sociais de inserção identificaram-se com ele, com o conforto e a ilusão de que a vida pode continuar a ser assim, os reformados olharam-no com o descrédito dos que sabem que a vida não é assim.

 

 

O ar sério de menino que cresceu e tem o desejo de se mostrar lá para casa, faz com que a irreverência sobressaia. Sempre agressivo e a apontar dedos. A palavra de ordem é o NÃO. Não há tourada, Não há soluções, só acusações e ambição de poder um dia dizer que se esteve lá.

 

 

O passado humanitário e o reconhecimento da competência necessária ao funcionário leva-o ao deslumbre de cumprir o sonho. Não tem o verbo fácil de um político experiente, levam-lhe facilmente a credibilidade e torcem-na sacudindo-a sem pudor, quase retirando o mérito do seu passado de obra sem política.

 

 

Sorri satisfeito por ter conseguido as assinaturas, por estar na TV e poder "dizer coisas". - Afinal é de esquerda ou de direita? - Concorre pela direita?

Diz-se de esquerda mas a usar o trampolim da direita. Afinal esquerda, direita é tudo igual. No fim da campanha vai conseguir mais uns clientes e ser conhecido em todo o país.

 

 

 

 

Onde estão os candidatos!? Isto não chega!


publicado por BigJoao às 15:34
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Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2010

A nossa verdade

Trago um discurso feito pelo embaixador Mexicano Guaicaípuro Guatemoc. Onde ou quando foi feito este discurso, desconheço. Recebi isto como mensagem via email.
De ascendência indígena, discursou sobre o pagamento da dívida externa do seu país, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia.



A Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os Chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irónico, cáustico e historicamente exacto.

Eis o discurso:

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu explica-me que todas as dívidas se pagam com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros, sem lhes pedir autorização. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, só entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Teria aquilo sido um saque? Não acredito, isso seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!

Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.

Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas.

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma indemnização por perdas e danos.

Prefiro assumir a hipótese menos ofensiva.

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?

Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de extermínio mútuo.

No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada nunca consegue funcionar, o que nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos esperado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar aos nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluímos e informamos os nossos descobridores, que nos devem, não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.

Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira prestação de dívida histórica..."

Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Europeia, Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava a expor uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa.

----------------------------------
Depois de ler isto, temos que olhar o mundo com um pouco mais de humildade. Não somos senhores da razão, como por vezes nos convencemos.
Quando ouvi o presidente do Irão afirmar que Israel era uma má solução criada na palestina, para resolver um problema europeu... tem razão. Claro que depois perde-a ao afirmar que não existem homossexuais no Irão, etc, etc...

Espero os vossos comentários com avidez. :)


publicado por BigJoao às 23:08
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Terça-feira, 11 de Agosto de 2009

Digestões

Há digestões mais difíceis que outras, normalmente dependem do alimento ingerido e se estava muito ou pouco estragado.
Refiro-me à digestão de relações com um fim abrupto. :)

Ser rejeitado(a) não é fácil. Saber que alguém de quem gastamos ou gostámos, olha para nós e não sente a terra a tremer ( obrigado Hemingway :) ), não sente as ondas a rebentarem dentro de si, nem vê fogo de artifício……. é duro.
Começa então uma saga tipo senhor dos anéis. A ideia é sempre a mesma. Tentar diminuir a importância do outro dentro de nós. Normalmente recorre-se a uma pseudo-lógica, de todo impossível no fervilhar de emoções em que se vive. Tenta-se racionalizar ou, pelo contrário, deixamos-nos levar pelas emoções.
Tenho visto o recurso a todo o tipo de técnicas para ultrapassar relações terminadas, desde passarem a tratar os (as) “ex” pelo apelido, a recorrerem ao insulto em substituição do nome, até ao supremo castigo de não se voltar a envolver com ninguém, tudo é permitido. Tudo é legítimo para diminuir a imagem do outro e, quantas vezes para reduzir a dor dentro do próprio.



Qual é a minha técnica!? Observo à lupa comportamentos menos correctos, ou que possam roçar nem que seja levemente, a incorrecção e supervalorizo-os, hipervalorizo-os, modificando a pouco e pouco a imagem que tenho dela, a malvada que me ficou com o coração, usou e não devolveu em condições ser usado imediatamente. :) Não sou nenhum santo. Estas são estratégias de sobrevivência. Mas há pessoas que são o diabo para ultrapassar. Quando são correctas e de um comportamento impecável, de uma lisura no trato, inatacáveis… bolas… aí… só há uma solução; AENC, acrónimo para a expressão, aguenta e não chora. Não passa dum acrónimo, porque o choro está sempre cá, demasiadas vezes cá dentro. Não, não tem nada a ver com a máxima “um homem” não chora. Tem a ver com o facto de, nem sempre o choro conseguir resumir o que vai cá dentro, nem sempre o choro ser a melhor expressão para a tristeza que se instala. :)

Bem a propósito... para elas
The Bangles – Eternal Flames

 


Para eles...

 

Bruce Springsteen - Drive all night

 

 

Para quem ainda não conseguiu colar as peças toda

 

Tom Waits - Broken Bicycles


publicado por BigJoao às 00:48
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2008

A Paixão

Há dias em que morre um pouco de nós.
Qual é a lógica de ver arrancar pela raiz um rebento de uma rosa!? Será porque se adivinham os espinhos que devemos acabar com o que podia vir a ser uma bela flor!?
As coisas mais belas deviam poder ser vividas sem olhar ao que as rodeia. Independentemente do cenário. Mas uma rosa na Musgueira, não é igual à mesma flor no jardim botânico.

Poderemos chamar desencontro, às situações em que as circunstancias são completamente desfavoráveis?
Sinto que o nosso melhor não chega, é preciso uma conjugação astral, uma vontade divina, uma série de coincidências que nos ajudem a concretizar o que sabemos querer.

A vida é feita de escolhas, é mesmo uma sucessão delas. Somos hoje o resultado de todas as nossas escolhas e tenho a perfeita consciência de nem sempre ter feito as melhores.

Só ficou a tristeza, o desânimo, o desalento e, sobretudo, a sensação de injustiça.

 


publicado por BigJoao às 05:18
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