Sábado, 21 de Dezembro de 2013

A minha cidade

Vestiu a camisola de lã cor de sangue escuro. Com o frio que estava, só mesmo a lã o conseguia aquecer. Pegou no blusão, carteira, chaves e saiu de casa batendo a porta. O som dos seus passos no chão húmido ecoou pelas escadas do prédio. A cada passo a sensação de pisar areia no chão, areia que no verão nem se sente, nem se nota.

 

Iyeoka - Simply Falling

 

Já na rua, o frio descobriu forma de lhe encontrar a pele, nas mãos, no pescoço, na cara. Empurrou as mãos para os bolsos das calças de ganga, mas só se sentiu apertado, preso. Voltou a guardar as mãos nos bolsos do blusão. Tomou a direcção habitual para apanhar o metro. Pelo chão vários castanhos nas folhas de plátano. Os sapatos com sola de borracha manhosa, a chuva e as folhas levaram a pequenas escorregadelas sucessivas. Atravessou a rua para o passeio nu, sem o cobertor de folhas nem o perigo de queda.

Da estação solta-se um ruído de comboios que chegam e partem, misturado com o da escada rolante. Pessoas apressadas, sempre apressadas, sempre com receio de perder o metro, sempre com medo de esperar e se verem perante si mesmas.

 

 

Saiu no Martim Moniz, início da Mouraria. O Centro comercial enorme num dos lados da praça. Atravessou-o e viu-se frente a um bloco de mármore rosa meio esculpido, onde se percebe uma guitarra portuguesa. Entrou na rua do capelão e re-encontrou Lisboa e as suas ruelas. Sentiu-se em casa. Esta é a Lisboa que é boa de viver, a Lisboa do fado. Mas não um fado triste e soturno, um fado alegre e bem vivo. Um fado a cada esquina. Deixou-se entranhar pelo espírito e amou profundamente.

 

Lisboa também é isto.


publicado por BigJoao às 03:35
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Segunda-feira, 20 de Maio de 2013

Unilever fecha fábrica de detergentes em Sacavém

 

 

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3224330

 

Hoje li esta notícia e lembrei-me que durante anos a Unilever fez pressão para que esta fábrica fechasse e durante anos a JM impediu. Finalmente levam a deles avante.
Estas empresas sempre foram conhecidas como modelos de rigor, exigência e excelência. Mudam-se os tempos, muda-se o consumo e os nossos hábitos. Os detergentes em pó deixam a pouco e pouco de ser usados, dando lugar aos líquidos. Ninguém constroi fábricas de detergentes líquidos na europa podendo construir no Bangladesh.

 

Trabalhei durante dois anos nesta fábrica que agora fecha. Foi uma experiência rica. Enquanto se trabalha num escritório a pressão, embora elevada, não é nada que não seja "argumentável", numa fábrica não é assim. Uma linha de embalagem parada é uma realidade incontornável. Igualmente contrasta o resultado, enquanto no escritório o resultado é a proposta para o cliente, a apresentação, na fábrica o resultado está ali, é palpável... paletes de skip, embalagens de Sunlight.

 

Esperemos que não se torne em mais um exemplo de conhecimento que se dispersa e perde, mais competências que se vão. O que fazer agora com aquele espaço? Mais apartamentos? Muitas questões e poucas respostas.

 

A facilidade com que os portugueses dispensam o saber, acompanha-nos desde os decobrimentos, quando D. Manuel "correu com" os judeus para agradar aos reis católicos. Os holandeses agradeceram e puderam então iniciar o seu próprio programa de descobrimentos, obtendo de uma assentada a navegação noturna, os mapas atualizados, navegadores experientes...

 

Robbie Williams - Advertising Space


publicado por BigJoao às 13:48
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Terça-feira, 20 de Setembro de 2011

O exemplo

Há cerca de meio ano comentei o caso do avô que matou o pai da sua neta, hoje comento a mensagem que a justiça envia à sociedade ao decidir que não há motivos para o manter preso preventivamente.

 

A notícia está aqui: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=2000299

 

Se as coisas não mudarem (e não vai ser a troika a mudá-las), o processo vai-se arrastar por 7 a 10 anos, com o homicida confesso em prisão domiciliária. Quando finalmente for condenado a uns 7 ou 8 anos de prisão, terá cerca de 75 anos. Terá convivido diariamente com a sua neta, terá exercido a sua influência e atribuido um ar de normalidade à sua lógica e forma de estar na vida.

 

O que me parece ser criminoso por parte da justiça não é deixar o senhor sair em prisão domiciliária, o que me parece perigoso, revoltante, demonstrador de enorme incompetência profissional e claro, criminoso, é a justiça não ser capaz de julgar e condenar um crime tão óbvio, tão evidente. São necessários mais de 6 meses para julgar este caso? Até filmes existem do crime. Ahhhh esquecia-me que os filmes não são aceites como prova em tribunal...

Os problemas que a lentidão da justiça gera, não são pequenos. Lembro que a namorada do falecido estava grávida e que esta criança foi privada de um pai. O criminoso convive com a sua meia irmã diariamente.

 

Que mensagem está a justiça então a passar à sociedade?

Que há pessoas privilegiadas, se se estiver bem relacionado.

Que por mais grave que seja o crime, a justiça nunca se faz de forma célere.

Que aquela é uma forma legítima de resolver o assunto. Discutível mas legítima.

 

 

Um país onde não há justiça, não é um país a sério.

 

Da Weasel - Casa


publicado por BigJoao às 02:29
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Segunda-feira, 23 de Maio de 2011

...e voto em quem!?

Da esquerda para a direita, como na leitura ocidental? Ou da direita para a esquerda, como no mundo árabe?

 

Vou abordar o problema de forma cartesiana e no estilo engenheirite. Trata-se obviamente da minha opinião.

 

CDU:

(+)

- Preocupação com as desigualdades sociais.

- Faz a Festa do Avante todos os anos. :-)

(-)

- Não acredita verdadeiramente na democracia, nem tem propostas credíveis.

- Não negociou com o FMI, como se o dinheiro não fosse importante, que mais não fosse para pagar reformas e salários de Julho.

 

BE:

(+)

- Congrega pessoas que pensam diferente, nem sempre boas ideias, mas diferentes.

- Verdadeiras preocupações ambientais, sem querer impingir uma forma de estar na vida (como os Verdes).

(-)

- Não esteve com o FMI. Deixou passar a oportunidade de propôr outras medidas para ter acesso ao empréstimo a 5%, quando o mercado só emprestava a 9 e 10%

- Detestava ver um radical como o Francisco Louçã, um tipo que transpira rejeição pelo dinheiro, ter poder.

 

PS:

(+)

- Implementou o plano tecnológico e o Magalhães (embora não tenha ensinado os professores a aproveitar o equipamento).

- Tentou avaliar os professores.

(-)

- Deu cabo do país endividando-o acima do razoável e agora andamos a pedir emprestado para pagar juros de uma dívida que não pedimos.

- Não exerceu a sua função reguladora nem fiscalizadora (com a nobre e louvável exceção da ASAE).

- Desautorizou e manipulou o sistema de justiça. O procurador vai ter uma estátua... no mínimo.

- Tem como líder o maior autista político de que tenho memória. Vamos perder o estado social à conta dele.

 

PSD:

(+)

- Um líder que parece ser normal e honesto (porque é que isto me parece um defeito?).

- Pretende incentivar a economia incentivando as empresas (precisamos de premiar o mérito das empresas) e cortando gradualmente os benefícios (Sub desemprego e reformas). Quem não tem dinheiro não tem vícios.

(-)

- Aproxima o país de um capitalismo selvagem, deixando vigorar a lei do mais forte.

- Tem os interesseiros todos à espera da vitória para assaltarem a "coisa pública". Se não correrem com os que lá estão agora a ganhar, vai ser mau.

 

CDS/PP:

(+)

- Discurso responsável e de estado.

- Quer revitalizar a agricultura e as pescas!!!!!!!!!!!!! Eis um conceito que todos entendemos, trabalhando, ganhamos todos.

(-)

- Aumentar as pensões de reforma.

- Acredita na caridadezinha.

 

MRPP:

(+)

- Garcia Pereira.

(-)

- Se chega ao governo, é a desgraça. =)

 

Conclusão:

 

Se continuar a acreditar no sistema político e que a democracia vai funcionar, voto no PSD ou CDS. Porque vou acreditar que os líderes vão acabar com o desperdício e regular o funcionamento das empresas públicas e moralizar o estado.

 

Se quiser votar no protesto, voto BE ou MRPP. Porque vou querer ideias novas e soluções diferentes para um regime em crise. Ameaçar sair da moeda única pode ajudar os alemães e franceses a aceitarem pagar o dinheiro a 4% em vez dos 3%, impedindo-nos de pensar que se estão a aproveitar da nossa infelicidade.

 

Votar na CDU, no PS ou abster-me é a mesma coisa. Declarar a falência do país.

 

 

Tenho agora a campanha para decidir: P. Passos Coelho ou Francisco Louçã? Paulo Portas ou Garcia Pereira?

Fascina-me ter o Garcia Pereira no Parlamento!!!! =)


publicado por BigJoao às 11:07
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Sábado, 16 de Abril de 2011

Um Viva às boas surpresas!

Ouvi hoje e adorei a voz, a sonoridade!

 

 

Percorri as memórias sem encontrar de onde me vem esta aderência às "coisas de África". Nem família, nem nada na infância. O meu pai fez a tropa no hospital militar, não é daí. Tive um tio na guerra de África mas, nunca falou muito no assunto, suponho que não havia muito que falar.

 

Porque se me aguçam os sentidos sempre que alguém fala nessas paragens? Talvez seja o apelo do mar, dos descobrimentos. Talvez exista um Bartolomeu Dias em cada um de nós...

Bebo as histórias vividas, contadas na 1ª pessoa. Imagino os sítios, as gentes, mas por mais que imagine, seguramente que a realidade ultrapassa tudo isso.

 

Lá irei... lá irei. E lá entenderei o chamamento.


publicado por BigJoao às 02:40
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Terça-feira, 29 de Março de 2011

O génio

Pela segunda vez em 20 anos um arquiteto português recebe o prémio Pritzker.

 

Numa época em que até o senhor Armindo, sapateiro de profissão, fala nos "ratings da Standard & Poors", estas são as notícias que nos têm de fazer refletir.

Quando alguém faz o que gosta, com paixão, dedicação e alguma capacidade de comunicação, o resultado é bom. E é de bons exemplos que o nosso país precisa. É de pessoas com visão.

 

 

Parabéns ao Eduardo Souto Moura e a todo o seu atelier. Parabéns a todos os que não fazem concessões e presseguem aquilo em que acreditam. Os resultados surgem. Parabéns a quem não liga aos cães que ladram e valoriza mais o facto da caravana passar. Parabéns a quem não confunde o todo com a parte.

 

Numa época de PECs 4, de Passos de Coelhos com lógicas de capitalismo selvagem, não nos esqueçamos de quem tem obra feita, e nenhum dos políticos que aí anda tem nada que valha a pena mostrar. Os estádios do senhor Engº Téc. Sócrates não contam, estão aí todos deficitários para quem os quiser ver. Visitem o do Algarve.

 

http://www.publico.pt/Cultura/souto-moura-vence-o-premio-pritzker-2011-o-nobel-da-arquitectura_1487170

sinto-me: Orgulhoso

publicado por BigJoao às 20:46
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A fruta

Hoje cheguei ao trabalho e dei de caras com um furgão a anunciar fruta fresca. O conceito é basicamente a entrega de cestos de fruta a pedido, onde o cliente indica. Vem este post a propósito de que, a imaginação é fértil.

 

Este é um serviço que existia há uns 40/50 anos atrás, mal pago, sem nenhum prestígio associado, prestado sem qualquer preocupação de higiene ou embalagem e que se vê hoje re-inventado.

 

Fomos e somos um povo empreendedor, já passámos por crises no passado e seguramente não vai ser esta a deitar-nos abaixo. Re-inventemos pois as antigas profissões. Aproveitemos a floresta, o mar, o campo. Resineiros, pescadores, limpa chaminés, vendedores de castanha assada, pastores, moleiros. Nada nos impede de darmos uma nova roupagem a estes serviços, a estes produtos e reinventá-los. São pequenos negócios numa escala compatível com a bolsa das pessoas em "fundo de desemprego", que podem recuperá-las economicamente, psicologicamente até.

Floresta

 

 

A crise não é só dos políticos, a crise também é nossa.

 

sinto-me: bem

publicado por BigJoao às 15:36
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Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011

Eu é que sou o persidente da xunta!

Seis candidatos.

 

Na Tv vê-se que as pessoas se acotovelam com fraco entusiasmo para ver passar o indivíduo. É mau comunicador.

- Como justifica a venda das acções?

- Houve aproveitamento da sua influência?

A multidão faz silêncio mas não se ouve nenhuma voz. A procissão segue o seu caminho, cabisbaixa, diminuída pela incapacidade do "seu líder".

 

 

Na sala propositadamente pequena os ombros apertam-se. O calor sufoca enquanto uma voz de trovador se ergue para admitir que nem as suas finanças consegue gerir. A voz afaga os presentes de tanta impulsividade, de tanto coração a transbordar amor. As pessoas amam-no, amam o cidadão, o poeta, sem acreditar nele travestido de presidente.

 

 

Ainda não tinha sido feita a pergunta e o candidato falava já nos grandes grupos económicos, nos especuladores, na exploração dos trabalhadores e nos latifundiários. Os desempregados sentiram-se também um pouco trabalhadores, os rendimentos sociais de inserção identificaram-se com ele, com o conforto e a ilusão de que a vida pode continuar a ser assim, os reformados olharam-no com o descrédito dos que sabem que a vida não é assim.

 

 

O ar sério de menino que cresceu e tem o desejo de se mostrar lá para casa, faz com que a irreverência sobressaia. Sempre agressivo e a apontar dedos. A palavra de ordem é o NÃO. Não há tourada, Não há soluções, só acusações e ambição de poder um dia dizer que se esteve lá.

 

 

O passado humanitário e o reconhecimento da competência necessária ao funcionário leva-o ao deslumbre de cumprir o sonho. Não tem o verbo fácil de um político experiente, levam-lhe facilmente a credibilidade e torcem-na sacudindo-a sem pudor, quase retirando o mérito do seu passado de obra sem política.

 

 

Sorri satisfeito por ter conseguido as assinaturas, por estar na TV e poder "dizer coisas". - Afinal é de esquerda ou de direita? - Concorre pela direita?

Diz-se de esquerda mas a usar o trampolim da direita. Afinal esquerda, direita é tudo igual. No fim da campanha vai conseguir mais uns clientes e ser conhecido em todo o país.

 

 

 

 

Onde estão os candidatos!? Isto não chega!


publicado por BigJoao às 15:34
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Quinta-feira, 21 de Maio de 2009

O Deserto

Apanhei o avião para Ghardaïa no domingo. Um bi-motor a hélices com direito a hospedeira e lanchinho.
Lá em baixo a vegetação verde deu rapidamente lugar a uma paisagem árida pintada à base de amarelos e castanhos. Tudo se foi transformando ao longo dos 600Km.
À chegada esperava-me uma “estalada” de ar quente e seco, um hotel honesto e um jantar comum.

 

Ghardaïa fica na região M’Zab e é composta por 5 tribos berbéres, que correspondem a outras tantas aldeias em colinas. Existem minaretes Sunitas e os outros xiitas, que diferem na forma. As colinas têm uma espécie de kashbha, onde é obrigatório contratar um guia para a visita. A mais antiga das tribos data de 1017 e é proibidíssimo tirar fotografias. Este conjunto de aldeias cujo nome significa em kabilie (na história que achei mais interessante) “Paro aqui”, ou “Não vou mais longe”, situa-se num oásis cheio de palmeiras, em que inclusive no ano passado houve cheias, porque o rio (Oued), um espaço seco, onde nem uma gota de água se consegue imaginar, transbordou.

98% das mulheres usa véu a tapar a cabeça e existe mesmo uma maioria que usa um véu branco completo. Caso sejam casadas, usam este véu e deixam espaço para verem só com um olho. Foi-me dito que existem mais acidentes de viação com elas por causa disso, pois atravessam sem ver bem as estradas.

A cena do dia foi horripilante. Um tipo vinha de acelera sem capacete e ao tentar acender o cigarro em andamento, estoirou com a mota contra um poste, mesmo à minha frente. Um autêntico doido!! O problema foi ter feito uma fractura exposta da tíbia (ou perónio… sei lá. Estava de fora!). Nem um queixume, sentado no passeio, cigarro ainda na boca e isqueiro na mão com que mantinha o osso dentro da perna. Lá seguiu para o hospital, deixando finalmente o cigarro no chão.
Fiz os 200Km até Ouarglá, cidade próxima da extracção de gás e petróleo. Jantei numa tenda feita de mantas de pêlo de camelo, que são leves e impermeáveis. Comi um Chorba e um «depois-lembro-me-do-nome» muito bons. A sopa é muito rica e já não consegui comer o prato em condições, deixei quase metade.



Nunca tinha convivido tão de perto com este ar quente e seco. Com 40 graus à sombra, transpira-se dentro dos edifícios, sobretudo os que têm ar condicionado, mas mal se sai para a rua, a roupa seca, descola-se do corpo e torna-se mais suportável.
O que mais impressiona é o silêncio.


publicado por BigJoao às 02:16
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Quinta-feira, 16 de Abril de 2009

A religião

Aconselho vivamente o visionamento deste video. Depois, se ainda tiverem vontade, vejam o segundo.

Se os virem, começam a ter um vislumbre do que é o Islão. Uma sociedade e organização social especiais.

 


Wafa Sultain é uma psicóloga Síria. Deve ter a cabeça a prémio.
Mesmo eu, depois disto, não sei não... :)



Despertem lá, óh mentes adormecidas!!!


publicado por BigJoao às 01:24
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