Os sons flutuaram estranhamente no ar, em volteios de cavaleiro ausente. Chove copiosamente e a visão reduz-se, compensada pelos aromas e sons mais distintos.
A distância reduziu-se a um milímetro mal medido e uniu almas num abraço sôfrego. O beijo confirma a expectativa mas não reduz a adrenalina nem a paixão. O Santo não tem memória de tal sintonia de harmonia electrizante. Nem a água que escorre cabelos abaixo, pele abaixo, que se sente entrar pelas golas em gotas grossas, esconder-se nas costas, se lembra de incomodar, se lembra de arrefecer os ânimos. O imparável, o indomável, o incontrolável e saboroso beijo acaba interrompido pelo trânsito.
"Cena de filme", diz uma voz enquanto mordisca o lábio inferior... "nunca me aconteceu", diz outro actor no fundo da tasca... "não me digas!?!?"; investe o bêbado junto ao balcão, agarrado ao vício... "Será que isso existe!?!?" questiona a Dona Balbina enquanto limpa um copo a um pano aos quadrados.
Não sei se existe, mas é uma história divina.
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. Amei
. e tu?